Pois bem, ao chegar no local, deparei-me com uma recepção enfeitada com a presença de diversas pessoas, cada uma mais linda e elegante que a outra.
Mas, notei que a maioria dessas pessoas estava com o semblante fechado e com um ar de preocupação excessiva.
Ao aproximar-me da recepção, ouvi uma que falou para a outra – Não sei quando tudo isso irá acabar!
Um senhor aparentando mais ou menos uns 60 anos de idade, falou para uma mulher de aproximadamente 37 anos – Se a coisa complicar, teremos que revidar!
Já uma mãe, diz para seu filho de uns 10 anos de idade – Se você continuar insistindo em desobedecer-me, puxo sua orelha!
Tudo isso foi acontecendo simultaneamente, e sendo indagado pela recepcionista, perguntou-me – Posso ajudá-lo? Respondi – Sim, por favor, preciso falar com o Dirceu. Replicou a simpática e competente recepcionista – Gil? – Sim. Respondi. Ela continua - Realmente, vocês marcaram às 11h00. Por favor, aguarde enquanto ele finaliza uma reunião com duas clientes. Falei – Tudo bem! Preciso terminar a leitura destes documentos. Ela sorriu e voltou às suas tarefas.
Dentro desse ínterim, olhei vagarosamente para meu lado esquerdo, na altura dos ombros e notei que uma moça linda, de mais ou menos uns 23 anos de idade, com uns olhos da cor do azul do céu, não parava de admirar-me com esses mesmos olhos e com um sorriso estonteante, posto que nunca em minha vida, ninguém olhara e sorrira daquela maneira para mim.
Com isso, descobri que ela estava atenta a tudo que conversei com a recepcionista, e algo em mim, que não sei o quê, mexeu demasiadamente com aquela verdadeira princesa, que por sinal, tem idade de ser minha filha.
Fiquei pensando – O que será que essa moça achou em mim? Não para de olhar! E esse sorriso lindo e generoso? Nunca ninguém deu-me tão lindo sorriso e muito menos se encheu de tanta alegria ao observar-me com tremenda descrição.
Assim que termino com estes meus pensamentos imbuídos de fundadas reflexões, sua mãe de uns 45 anos de idade se aproximou, pegou com a mão direita em sua mão esquerda e dirigiram-se ambas ao meu encontro. A mãe, ao notar que a filha não parava de olhar para mim, ficava admirada, e ao mesmo tempo que olhava para a filha, olhava também para mim, de maneira que a intensidade do olhar da mãe em relação a mim, crescia a cada passo que davam ao meu encontro.
Quando as duas chegaram bem pertinho de mim, a filha, passando por mim, com seu rosto fixado rumo ao meu, a mãe, ainda olhando para mim, bem de perto, notei que aquela linda e maravilhosa moça não enxergava por ser portadora de necessidades especiais visuais., depreende-se que ela não me enxergava com os olhos físicos, mas ao ouvir minha voz, pôde enxergar-me com os olhos da alma.
Com razão, pude entender o porquê de tanta felicidade por parte de sua mãe, ao presenciar que alguém proporcionou à sua filha, sabe-se lá como, um mergulho da alma numa profunda alegria inexplicável e ao mesmo tempo maravilhosa, rica em todos os aspectos possíveis e imagináveis.
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