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quinta-feira, 17 de maio de 2018

A Morte

Por Gil Nunes

A morte são as controvérsias existenciais na vida das pessoas nos seus tratos e maus-tratos.

Antes mesmo de morrermos não aceitamos, não queremos, não somos a favor, não admiramos, não entendemos, não ajudamos, não pedimos perdão, não perdoamos, não convivemos, não cedemos, não flexibilizamos, não notamos, não satisfazemos, não incluímos, não nos submetemos, não confiamos, não partilhamos, não compartilhamos, não respeitamos, não queremos ouvir, não estudamos nada para entender o que não queremos, não sorrimos para que o outro não perceba a nossa alegria, não choramos para que o outro não perceba a nossa dor, não exalamos nosso perfume para que o outro não sinta o nosso cheiro, não estamos dispostos a diálogo a fim de que o outro continue demoradamente sem entender, não queremos que outros saibam mais que nós, não nos submetemos ao conhecimento e capacidade do outro para que ele não tenha esta vitória sobre nós, não daremos uma chance à amizade porque não sabemos se ela existe, não daremos abraço por saber conscientemente que a reciprocidade é pura balela, não haverá simpatia em nós, pois, sabemos que durante nossa adolescência souberam abusar da nossa meiguice e calor humano transformando tudo num vácuo desvantajoso, sem possibilidade de relações pacíficas e humanas centradas na benevolência, não somos amáveis porque o mundo é um cão, não ajudamos o próximo porque ele poderá se acostumar com isso, não valorizamos o que é bom porque isso não dá curtidas nas redes sociais, não escrevemos coisas boas porque ninguém irá ler, não lemos livros porque o mundo está vidrado na internet, não temos amizade com o nosso vizinho porque ele nunca se importou com isso, não valorizamos quem quer nos ajudar porque quem quer ajudar alguém hoje em dia? Não fechamos os olhos para sentir o vento porque isso não existe, não imaginamos porque imaginar é coisa de bobo, não saímos de perto das pessoas porque não acostumamos com nós mesmos, aliás, temos medo de nós mesmos por causa das nossas pretensões desmedidas, descabidas, e em muitos casos... por enquanto é melhor deixar para lá, não somos a favor das coisas boas porque afinal quem quer coisas boas hoje em dia? Não sabemos dar opinião própria porque não queremos ficar num polo distante da opinião dos da maioria, não nos importamos, não nos dedicamos, não nos contemplamos, não nos aproximamos, não nos valorizamos, não nos enriquecemos, não nos protegemos, não nos permitimos, não nos reivindicamos, não nos conhecemos, não queremos nada com todos e nem mesmo com nós mesmos, não queremos dividir nossa tristeza ou felicidade, não queremos dividir nossas condições boas ou ruins, não estamos dispostos, não queremos é só isso, apenas não, não, não e não, e quando nós menos percebemos constatamos que não resta mais tempo para vivermos a vida.