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sábado, 19 de outubro de 2013

Por Que Isso Acontece?

Por Gil Nunes

Será possível viver somente num mundo de coisas boas? Será que esse mundo de coisas boas, de fato, existe? Se esse mundo de coisas boas existe, onde estão essas coisas boas? Por que as pessoas sofrem tanto se têm tudo que precisam? Como pode existir dor e sofrimento se tudo está no lugar? Por que estragamos nossa vida sem necessidade? Por que nos deixamos guiar pela nossa mente que, por vezes, dói mais que o coração? Melhor seria ser guiado pela mente ou pelo coração? E se está tudo no lugar, por que tanta dor e sofrimento?

Essas e tantas outras perguntas, normalmente, ficam sem respostas. Não há médico, não há remédio, não há nada que traga a cura e o alívio imediato. Pois não é o corpo que dói, toda dor e sofrimento recaem diretamente na alma. 

Pelo mundo todo, existem pessoas sofrendo desse jeito. Trata-se de uma dor e sofrimento que surgem não se sabe de onde, como, quando e por que aparecem, que, frequentemente, de maneira estranha e inusitada. 

Pode-se dizer que, a resposta está numa religião, num remédio especial, num médico de renome, numa viagem para um lugar fantástico no mundo, numa praia deserta, num cruzeiro, numa realização pessoal, numa graduação acadêmica, num sucesso na profissão, numa amizade infalível, num casamento perfeito, numa casa dos sonhos. Mas não, as respostas não são estas, elas não resolvem, no entanto, a dor e o sofrimento continuam ali, perturbando, prejudicando, atrapalhando, causando toda a infelicidade do mundo na vida da pessoa que sofre, que sente, que não consegue se libertar disso com toda ajuda do Universo à sua disposição.

Quem sabe, seja preciso que a própria pessoa descubra por si mesma, como resolver todo esse dilema de sua existência. Por outro lado, não há como lhe ensinar o jeito certo para que isso aconteça, ela terá que descobrir por conta, ela terá que juntar a capacidade dela com a força de vontade que possui para entender todos os acontecimentos nela e à sua volta.

Algumas pessoas conseguem, outras não. Algumas não conseguem por serem impacientes, sobretudo, com elas mesmas, com o tempo de duração das situações supervenientes, às vezes, também, por causa da evolução das situações prejudiciais contrapondo-se à falta de motivação para continuar lutando contra tais situações em circunstâncias iguais, repetitivas, em outros momentos, completamente diferentes e adversas. 

Algumas pessoas vão rotular as que sofrem tais problemas de; fingidas, medrosas, obcecadas, doentes espirituais, ociosas, dentre tantos outros nomes que darão. Ocorre que, trata-se de algo sério, que merece cuidados, porém, tais cuidados, não podem e nem devem ser sufocantes, essas pessoas precisam respirar, precisam sentir a liberdade fluindo nos poros das suas células, se não, entram em parafuso, se aprofundam na dor e no sofrimento.

Quem tem uma dessas pessoas por perto ou aos seus cuidados, sabe que todas as respostas devem ser encontradas por ela mesma, pela própria pessoa, este é o direito que tem e a liberdade que precisa para se ver livre da dor e do sofrimento.

Por que isso acontece? – Eu não sei.

domingo, 13 de outubro de 2013

Vivendo a Vida do Jeito que Vivem as Crianças

Por Gil Nunes

Por um momento, nem que seja por um curto prazo de momento, gostaria de imaginar nossa vida com o jeito, pensamento, sentimento, entendimento das crianças.

Quero dizer, mesmo após a ocorrência de todas as modificações físicas e mentais sem jamais mudar nosso espírito de criança no que somos de verdade.

Gosto de imaginar as pessoas compartilhando a vida sem a criação de regras destruidoras da realidade infantil nelas.

Em qualquer parte do mundo, podemos observar que as crianças são dadas, elas não pedem a identificação das outras para criarem um mundo de amor e amizade entre elas, elas simplesmente dizem; vamos brincar?

É verdade que as crianças são mimadas, todas elas são, não há uma criança no mundo que não seja devidamente mimada, até as pessoas adultas são mimadas e isto é fato.

Ocorre que a forma mimada de uma pessoa, pode ser também a marca registrada dela mesma, digo, o DNA dela.

Eu desconfio de uma pessoa que não seja mimada, vez que se as crianças, todas elas são mimadas, por que não seríamos todos mimados também?

Acredito que as crianças não se preocupam com ontem e nem com amanhã, elas aproveitam o hoje de um jeito todo especial sem mesmo saberem que estão aproveitando ao máximo tudo isso.

Lembro-me como se fosse hoje, minha mãe me chamara para dormir, quando já era 01h30 da manhã, e o que eu e outros colegas (amigos e amigas) fazíamos na rua? – Estávamos brincando de diversas maneiras, na verdade, inventávamos brincadeiras, era uma  noite de verão, e íamos todos exaustos (suados) para casa.

Lembro-me também, de todas as manhãs em que eu acordava com o som das músicas no bairro, era uma cidade pequena no interior de Minas Gerais, porém, para aonde íamos, nos deparávamos com pessoas ouvindo músicas, cantando e tocando algum instrumento, cresci em meio a tudo isso.

Tenho uma grande influência na minha vida das pessoas negras com suas culturas, inclusive em relação ao gosto de músicas que elas tinham.

Na primeira vez que surgiu a Série Raízes, na década de 70, aquela que contava a história da libertação dos escravos, simplesmente vibrei, me identificando com cada uma daquelas pessoas destruídas por causa da criação das regras feitas por outras pessoas que perderam a inocência infantil nelas mesmas, segundo elas, creio, talvez pensavam que tinham se tornado “adultas”.

É por isso que hoje, não consigo enxergar a cor da pele na pele das pessoas, para mim, todas as pessoas são iguais; por dentro e por fora.

Também, desde criança, sempre tive a iminência de que tenho somente um dia de vida, ou um dia somente para viver, de dia em dia, sempre me vi assim, então, dentro dos limites básicos necessários, aqueles que uma criança não deve jamais ultrapassar para não quebrar sua doce inocência, sempre vivi a vida sem me preocupar se terei alguma coisa para comer, vestir, onde me abrigar do Sol, da chuva, do frio, da escuridão, do ataque das doenças, da desumanidade desumana das pessoas que se dizem humanas.

Já com meus 7 anos e meio, chorava de tristeza por causa das guerras que os homens criavam com a desculpa para destruírem vidas, que na maior parte, inocentes, hoje, posso observar que nada mudou, neste aspecto, a história sempre se repete, e o motivo é o de que as pessoas cresceram, se tornaram adultas e suas prioridades são absolutamente outras, aquelas que não podem ser supridas sem dinheiro e poder.

Mas me imagino junto com as pessoas numa forma de partilhar e compartilhar com elas. Não quero mudar nada em relação a isso. Quero ter somente minha porção acostumada. Sei que sou por demais criticado por isso. Mas não me importo. Aliás, nunca me importei. Não gosto de correr, me matar por causa do dinheiro e do poder. Sei que as crianças não fazem isso e por isso elas são felizes. Se alguém quer aprender a viver de verdade, tenha seu coração como o coração de uma criança. Este é o segredo.

E pelo que vejo, não adianta fugir disso, pois, quanto mais nos adentramos na terceira idade, mais vamos nos identificando mais e mais com a vida de criança. Basta olhar para a vovó e para o vovô, vejam se não estão se tornando crianças outra vez. Acredito que sim. Crianças outra vez.

Durante minha vida toda, até aqui, o que mais ouvi, foi crítica sobre crítica por causa desta minha forma de enxergar as pessoas do jeito que enxergo e assim vivo interagindo com elas.

Uma das coisas mais tristes que posso enxergar nas pessoas é a falta do ar da graça delas, a falta da naturalidade essencial que antes elas possuíam quando eram crianças.

A graça pessoal relativa à essência de uma pessoa é o tudo de bom que precisamos nela, para que, sendo ela do jeito que é, sendo ela mesma, torna o mundo um pouco melhor, mais colorido, mais vivo, mais aquecido, mais deslumbrante em todos os sentidos.

Com isto, posso entender que jamais podemos e nem devemos apagar o brilho das pessoas, o brilho inerente à elas mesmas, o brilho com o qual nasceram.

E é isso que ocorre, por causa das perturbações da vida, se não cuidarmos, vamos perdendo o brilho inato, o brilho da vida, o brilho de sermos o que somos essencialmente antes de interagirmos com tudo aquilo que vai transformando a vida num caos sem precedente, tirando de cada um de nós, nossa essência de criança.

Não estou falando que devemos ser crianças de forma literal ou de nunca termos crescido fisicamente ou de não termos nosso desenvolvimento mental / intelectual. Não, não é isso que deve acontecer. Falo da questão essencial, da forma pura e amável com a qual precisamos interagir uns com os outros.

Precisamos deixar de pensar naquilo que traz a infelicidade nossa e das outras pessoas. Isto acontece por causa da falta da consciência pura que habita nas crianças e não nas pessoas de maneira geral.

Afinal, qual é a luta de hoje, não foi a mesma luta de ontem e não será a mesma luta de amanhã de uns contra os outros?

Sim, a luta é sempre a mesma; dinheiro, poder, notoriedade, fama, prova da moralidade pessoal, imposição da ética pessoal e coletiva, imposição religiosa, imposição das regras sem que ninguém seja devidamente tratado com os cuidados pelos quais uma criança precisa ser tratada, e nem mesmo as crianças são tratadas como crianças, antes são destruídas pelas ações dos mais fortes sobre os mais fracos, vez que as crianças, quando estão do lado mais fraco, sofrem, são mortas, são destruídas, elas que nos ensinam tantas coisas boas e maravilhosas da vida.

Não que não tenhamos escolhas, temos escolhas sim, podemos agir diferentemente de tudo que fizemos até hoje. Podemos mudar o mundo a partir de nós, nem que seja em nós mesmos, pelo menos, e isto, bem, isto já seria maravilhoso.

O grande problema das pessoas é que elas querem fugir de serem ridículas, não querem fazer o papel de crianças, elas querem mostrar seu conhecimento, o quão são respeitadas nas suas profissões, nas universidades na forma de alunas ou de professoras, elas querem fugir dessa possibilidade de serem taxadas de criancinhas, mas uma pessoa ser vista desta forma é a forma mais digna e legítima, pois somos todos crianças que cresceram e muitas se tornaram outro tipo de ser prejudicial à essência, agora, apagada nelas por causa dos interesses que têm e das escolhas que fizeram e vivem fazendo aqui e ali por causa disto ou daquilo.

Você já se olhou no espelho a fim de se enxergar e perguntar a você quem você é de verdade? Ou já fechou os olhos a fim de sentir a própria respiração com o mesmo propósito? Por acaso já se dirigiu ao Mar e fez a mesma pergunta? Seria demais eu lhe perguntar se você já levantou seus olhos aos Céus e fez isto também? Já se imaginou em outras situações se você não fosse você? Já se beliscou algumas vezes só para saber se é de fato uma pessoa viva? 

Sabe como uma criança órfã pensa? – Ela não escolhe as pessoas que cuidarão dela, ela simplesmente espera ser escolhida, porque se for escolhida, será e poderá ser a criança mais mimada do mundo.

Pois, somente as crianças sabem claramente que, não importa quem elas possam escolher, mas sim, quem as escolheram. E por isso, elas serão as crianças mais mimadas do mundo, pelo resto da vida.

Ser criança ou viver como se criança fosse sem fugir das responsabilidades é um modo maravilhoso de viver sem medo de ser terrivelmente criticado por pessoas que não sabem o que significa viver a vida do jeito que vivem as crianças.