Esse pensamento, esse sentimento, essa forma de procurar entender a dinâmica da vida é bem interessante, todavia, pode ser por demais irreal.
Porque nem tudo na vida é rotineiramente básico e ou
transbordante.
Pode ser que estejamos acostumados a viver e a conviver com
muito, com abastanças sem precedentes, por isso, a narrativa do “não me peça
nem me obrigue a viver de migalhas”, isso pode ser verdadeiro por toda a vida
se na vida não ocorrer porventura alguma falta e ou necessidade.
Vamos imaginar um dia frio de inverno, mas que de repente
aponta no horizonte uma faísca de raio de Sol, ou num dia muito seco frio ou
quente, de repente caia uma chuva de maneira torrencial, contudo, rápida e logo
vá embora, ou um beija-flor que de repente apareça no seu jardim, fique por
alguns instantes e da mesma forma que chegou se vá, ou de repente apareça na
vida de alguém uma pessoa na forma de anjo que também do jeito que chegou se
foi, tudo isso, nos leva a refletir o fato de que foi melhor essas migalhas
terem aparecido na vida de alguém ou melhor seria se nunca tivessem surgido,
algumas pessoas dizem que melhor não, outras afirmam que depois desses
acontecimentos a vida tomou um novo e grandioso sentido.
E quando estamos num momento difícil da vida, vem alguém,
nos ajuda e logo vai embora sem nem mesmo sabermos de onde veio nem para onde
foi?
Sim, existe aquele momento também em que estamos no meio do mar,
desfalecidos em cima de uma boia em decorrência de um naufrágio da vida debaixo
de um Sol de cinquenta graus e de repente descem sobre nós algumas gotas de
chuva e junto com elas a doce esperança de que ainda há vida e junto com a vida
forças psíquica, física e espiritual para lutar e a partir deste evento a
perspectiva e a prospecção de que também poderá aparecer num futuro próximo a
possibilidade de que a vida possa se reacender dentro de nós no nosso corpo, na
nossa alma e no nosso espírito., nascendo também a partir deste momento a
vontade de sermos uma pessoa melhor num sentimento profundo de passaremos a
fazer tudo diferente, melhor e com um
toque elevado de humanidade e compreensão para com a vida.
E aquele milésimo de segundos em que temos de decidir se
vamos ou se ficamos e tendo sido a decisão acertada juntamente com ela vibramos
em singela e graciosa euforia?
Há ainda as circunstâncias em que dependemos de alguém que tem
de decidir sobre a nossa vida, tendo sido a decisão favorável após as migalhas
de segurança e confiança que tivemos durante o período de toda a espera nos
sentimos nem que seja por uma migalha de tempo pessoas privilegiadas mesmo sabendo
que na vida tudo é temporário porque também logo vamos embora e deste mundo
nada levaremos conosco.
Neste mundo existem pessoas que agora estão dependendo de
migalhas de oxigênio para viver e sem essas migalhas certamente perderam a
vida.
Sem contar que por migalhas de tempo algumas pessoas não
perderam a vida, outras não perderam o emprego, outras ainda não perderam a
razão para viver.
Não devemos esquecer que há a migalha do tempo em que
devemos decidir sobre pegar aquele Uber, aquele Trem/Metrô, aquele Ônibus, aquele
Avião ou não.
Sem contar que em tempo de guerra as pessoas precisam
dividir as migalhas., esta é uma forma não egoísta de viver e deixarmos viver.
Geralmente dependemos das palavras de alguém que diz:
Deus abençoe!
Se cuida!
Durma bem!
Amanhã será um novo dia!
Não tenha medo eu estou aqui com você!
Você ainda não usou todo o seu potencial, tenha um pouco de
fé e se esforce!
Enquanto eu tiver vida saiba, sempre cuidarei de você e das
pessoas que você ama!
São por migalhas de tempo em que vidas são salvas.
Por migalhas de tempo nasceu a filha amada ou o filho
amado.
As migalhas por vezes tendem a ser benevolentes, aliás, geralmente
são.
E você, de onde lê o que acabei de escrever, depende de
migalhas ou não?
Migalhas, afinal, é possível vivermos sem elas?
Gil Nunes

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