Por Gil Nunes
Se conversarmos com pessoas, se
as indagarmos sobre o que pensam em relação ao agora, ao passado e ao futuro, a
maioria dirá que tem tudo planejado, que já sabe o que fazer e o que não fazer
dentro do planejamento traçado.
Ocorre que o passado e o futuro
encontram-se devidamente encaixotados dentro de diversas regras difíceis de
serem entendidas.
É um tanto comum lembrarem-se do
que aconteceu, como aconteceu, quando aconteceu, porque aconteceu, quais os
motivos, onde aconteceu, o que não devia acontecer, sem nunca esquecerem-se que a razão está ali
com elas, do lado delas, afinal, elas são as pessoas mais importantes no
cenário de suas vidas.
Outras dirão que farão isso e
aquilo, amanhã, daqui uma semana, quem sabe daqui um mês, seis meses, um ano,
dez anos, nos próximos vinte anos, mas o que não aparece em meio às frases é o
agora.
Determinantemente não tocam em
qualquer assunto que as lembre do seu momento atual, seja por causa de alguma
alegria imensa arrebatadora ou devido a um estado atual de dor e sofrimento.
Então, elas se espairecem entre o
passado e o futuro, tudo para livrarem-se de uma perda ou de algum sofrimento
que possam surgir admitindo seu agora estonteante ou abatido.
Por isso, é extremamente impossível
compreender a mente e os sentimentos das pessoas, pois são confusas e inseguras
em tudo que pensam e sentem.
Logo, não há maneira de planejar
esta parte de saber exatamente o que deve ser feito ou não em determinada
circunstância e ou situação.
Portanto, por que planejar tanto
sobre o passado e o futuro? Não planejar sobre nada a não ser pelo dia do
momento que se vive, acredito ser uma forma mais acertada pelo simples motivo
de você poder ser você mesmo para quem compartilhar com você o que você pode oferecer
e receber.
Planejar corretamente é não
planejar nada. Não se preocupar com o passado nem com o futuro.
Viver o agora, esquecer o
passado, não se preocupar com o futuro, pode, de modo especial, nos levar para
outra dimensão onde não há inconsciência nem premeditação, mas apenas intuição.
De tanto planejar, as pessoas não
sabem bem o que devem fazer, a verdade é que estão perdidas por agirem assim e
por mais que se tente compreender, a impossibilidade tomará conta de todo o
conjunto imaginável e inimaginável.
Por fim, de tanto planejar e
rebuscar o passado, as pessoas perdem sua criatividade, beleza, encanto e
naturalidade de vida., elas não percebem, mas é o que acontece.
Por certo, acredito ser melhor
planejar não planejar, vez que, se não der certo, não há que se falar em dor ou
sofrimento devido principalmente às falhas existenciais inesperadas causadoras
do não resultado planejado.