Lembro-me que, quando criança,
vivia olhando o rosto das pessoas, por incrível que pareça, para cada rosto
que meus olhos miravam, dentro do meu coração sempre havia uma batida em
especial.
Isso acontecia de modo
imperceptível, nada combinado entre eu e eu mesmo.
Na verdade eu tinha imensa
dificuldade de separar pessoas pela cultura, pelo credo, pela profissão, pela
cor da pele, pelo corte do cabelo, pelas opções de gostos que tinham, eu só
conseguia enxergar a pessoa.
Eu não conseguia entender por que
as pessoas brigavam tanto, por que viviam em guerra.
Acredito que a vantagem existente
em mim, seria a de ver somente as qualidades nelas, isso, certamente, me jogava
para cima delas e elas eram jogadas para cima de mim num inter-relacionamento conciso
e duradouro.
Era comum, eu e essas pessoas
passarmos horas e horas conversando, proseando como bem se diz em Minas Gerais.
Eu sabia de certa forma que
ninguém era perfeito, nem eu mesmo, ainda que criança inocente, em mim, havia momentos
de birras, raivas e eu sabia que isso não era motivo de vanglória nem para mim
e nem para as outras pessoas.
Para mim, se havia preservação da
vida, se havia interesse no agir em prol do altruísmo, se era de boa-fé, se não
tirava de ninguém, se a base era dar vida, via com bons olhos e me alegrava em
muito nisso tudo.
Hoje, guardo na minha lembrança
todas as pessoas que amei e que amo, que com elas interagi, algumas de perto,
outras de longe, e as preservo nas minhas memórias, não me importo o que falem
delas, de bem ou de mal, elas são importantes para mim do jeito delas, não do
jeito que eu quisesse que elas fossem.
Volta e meia, quero sentir esse
sentimento dentro de mim, quero me manter assim, não querendo mudar em nada em
relação a esse modo de enxergar a essência das pessoas.
Sempre tive esse jeito de ser e
viver, como meio de certa proteção para mim mesmo, vez que estaria longe de
qualquer possibilidade de ser injusto com as pessoas e comigo, e com isso, não
ser, na minha essência, verdadeiro.
Uma coisa é certa, vive melhor quem
vive na inocência de viver.
Grande bobagem é ficar perscrutando
aqui e ali, nessa ou naquela pessoa, quem é ela ou quem deixa de ser.
Olhar para as pessoas como se
fosse a primeira vez, com ar de novidade, livre, leve e solto para com esta
forma interativa, descobrir e redescobrir as novidades intrínsecas a cada uma
delas, deixando a vida cheia de riquezas sem fim, trata-se de privilégio que poucos usufruem.
Então, minha alma, mantenha-se a
enxergar as pessoas do jeito que são.
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