Algo Sobre o Perdão..

Por Gil Nunes

Não sei se isso acontece com você, mas comigo, acontece o tempo todo., tenho uma forte inclinação a desenvolver continuamente meu senso cristão, por isso, pessoas com as mais diversas más intenções aproximam-se de mim com intuito de tirarem proveito desta minha forma de encarar a vida e as pessoas à minha volta.

Normalmente elas aparecem com um jeito mansinho, concordam com tudo, estão sempre prestativas, conseguem isso e aquilo, depois, ao verem que daquele mato já não sai coelho, viram de vez a casaca, tornam-se pessoas amargas, insensatas, vingativas, pretenciosas e cruéis.

Daí em diante, pronto, acaba-se a amizade, a consideração, e até o respeito., por isso, não resta qualquer outro jeito, senão, pôr fim de vez naquela situação.

O problema maior é que, ao findar aquela relação ou relacionamento entre as partes, uma fica devendo para a outra, seja bem material, financeiro, psicológico ou até mesmo sentimental.

E, então, o que fazer? Como perdoar dívidas de pessoas prepotentes, aproveitadoras, gananciosas, cobiçosas, orgulhosas, arrogantes, e norteadas pela falta de um mínimo de bom senso?

Sinceramente não sei. O que sei é que elas, sempre que puderem estarão por perto daquelas outras pessoas que levam a vida de maneira mais humana.

O pior ainda, é que elas praticamente exigem que sejam perdoadas suas dívidas; materiais, financeiras, psicológicas, sentimentais e qualquer outra existente.

Esquecem-se elas, que pessoas serão verdadeiramente perdoadas se demonstrarem um pouco menos de prepotência e arrogância, que só lhes servem para que portas se fechem para elas mesmas.

Com isso, quem sabe alguém digne-se em atender os ideais dessas pessoas após o rejuvenescimento de suas pobres maneiras de pensarem e de agirem em detrimento do bem-estar dos outros?

Essas pessoas que tanto determinam que os outros lhes perdoem, devem entender que o mundo não gira em torno delas. Elas precisam enxergar além dos seus umbigos.

Porque se não, dificilmente serão perdoadas. Continuarão sendo inimigas dos outros devido às suas índoles más. E, falando nisso, certa vez alguém disse-me – Eu sou uma pessoa má! Falava de um jeito como se fosse vantagem dizer uma besteira dessa, pior, viver de uma forma tão besta quanto essa.

A mim, resta dizer – O perdão verdadeiro só ocorre se houver arrependimento e reparação de dano; seja pelo pagamento daquilo que se deve materialmente, financeiramente, ou por meio de uma atitude reversiva de cunho psicológico e sentimental. Caso contrário, haverá mesmo simples falácia e nada mais.

É óbvio que as pessoas buscam normalmente banalizar o verdadeiro significado do perdão, principalmente aquelas que maltratam e prejudicam os outros, são elas mesmas que passam a exigir o perdão, mas o perdão não deve ser exigido, ele deve ser conquistado, alcançado por uma nova postura, tentativa de melhoramento, de uma plenitude baseada num sentimento de honestidade e de sinceridade, longe do fingimento, porque, tudo que é de faz de conta, não tem valor algum, é pobre e vazio.

Tratar do perdão da forma que ele é, acredito que seja algo de uma importância fundamental se encarado desta forma e não do jeito que querem aqueles que prejudicam os outros.

Destarte, repor as dívidas financeiras, materiais, psicológicas e sentimentais, tende a ser um bom e magnifico começo.