Gosto de pensar, de ver, de enxergar, de vislumbrar a Páscoa, dentro de quatro pontos de vistas, e não, não condeno nenhum deles.
Acredito que precisamos entender dados
sentimentos, pensamentos e até mesmo a falta deles em nós e nos outros.
É sabido de todos no mundo
inteiro que, Páscoa tem fundo histórico religioso, e que foi Deus quem criou
essa palavra decorrida de atos, foi Deus quem a ensinou e a deu pela primeira
vez ao seu povo judeu, depois, a todos os povos por meio de Jesus Cristo, seu
único Filho, ou seja, a todos que aceitam a Páscoa não mais da forma judaica,
visto que a Páscoa judaica fora sombra daquilo que seria futuramente a
realizada através do sacrifício do seu Filho amado em prol da humanidade toda
sem qualquer acepção de pessoas, bastando tão somente ter fé, acreditar no que
fora realizado para assim ter a proteção; física, mental e espiritual
eternamente.
Não quero aqui entrar em questões
técnicas teológicas, se bem que não me furto a tal conhecimento, mas quero
passar uma visão geral da minha percepção e também das outras pessoas em
relação a esse momento tão necessário a todos nós independente de se ter ou não
conhecimento sobre as questões espirituais eternas que envolvem tudo isso.
Os judeus que, para mim são povo
escolhido de Deus para certo fim, receberam, recebem e exercem a Páscoa na
forma de livramento divino, meio de libertação física da escravidão no Egito,
trata-se de um memorial que deve durar de gerações a gerações infindas.
Ocorre que o povo judeu era
escravo de Faraó; trabalhava demais, não era alimentado, vivia apanhando e
centenas morriam pelos maus tratos daquele que o escravizava, o povo sofria,
chorava, e pedia a Deus libertação daquela forma de sofrimento que excedia o
que um ser humano era capaz de suportar.
Pra isso, Deus escolhera um homem
com o nome de Moisés, a fim de libertar seu povo rumo a uma Terra boa, Terra essa,
que, brota leite e mel, Faraó não ficou contente em perder seus escravos, lutou
por diversas vezes com Deus que se comunicava com ele por meio de Moisés e dos
seus terríveis feitos com intuito de demonstrar seu poder, e de tanto Faraó revidar
à vontade de Deus, Deus, pela última vez, resolveu orientar seu povo (judeu)
para sacrificar um cordeiro e seu sangue pôr em cima, no batente da porta
principal de entrada de cada casa dos judeus, pois eis que o anjo da morte há
de passar em cada casa, e na casa que não houver o sangue, o primeiro filho
nascido daquela casa, certamente será morto.
Isto foi feito, dos filhos dos
judeus, nenhum morreu, mas do Faraó e dos que apoiavam suas intenções, sim,
perderam o primeiro filho nascido em cada família.
Esta é uma história triste e
alegre ao mesmo tempo; triste para os que sofreram as perdas devido à
desumanidade que possuíam contra seus semelhantes (judeus), e alegre para os
que foram libertados (judeus) daquele sofrimento de escravidão que até parecia
ser sem fim.
Portanto, com todo direito e
alegria, o povo judeu celebra essa maravilhosa e magnífica Páscoa, e isto ele fará,
de geração a geração (através dos séculos dos séculos), ele não deve ser
impedido em momento algum de exercer a comemoração dessa libertação, desse
grande livramento, desse grande sossego, dessa grande paz, dessa grande
alegria, desse grande amparo, e dessa grande proteção dos quais fez, faz e
sempre fará parte por meio de Deus na vida do seu povo amado e querido.
Contudo, depois de milhares de
anos, após a primeira ocorrência da Páscoa, Deus, não satisfeito em livrar
somente seu povo escolhido (judeu), providencia outra Páscoa, uma Páscoa melhor
ainda, uma Páscoa que proporciona às pessoas do mundo todo; libertação,
livramento, sossego, paz, alegria, amparo, proteção... Não somente físico e
mental, mas agora, também, espiritual.
Então, o que acontece na Nova
Páscoa? Deus mesmo escolheu o Cordeiro para o sacrifício, um único Cordeiro
que, por meio do seu sangue, todos os que quiserem, receberão a proteção, o
livramento e a libertação da morte eterna, os judeus inclusive são convidados a
participarem dessa proteção, dessa libertação, dessa salvação para toda
eternidade e não mais somente para os séculos dos séculos.
E todo mundo sabe que o Cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo, que perdoa os pecados e que salva o corpo,
a alma e o espírito, é o próprio Jesus Cristo.
Bem, esta é uma visão cristã de
ver, de entender, de aceitar, de celebrar e de compartilhar, não por força e
nem por meio da violência, porque ninguém é obrigado a aceitar a fé do outro.
Ora, não é porque alguém não tem
fé do jeito que tenho que sairei por aí; maldizendo, forçando, excomungando,
querendo ser melhor do que os outros, rotulando as outras pessoas de perdidas,
de que para elas não há salvação, dentre tantos outros modos horríveis e
anticristãos de tratamentos desumanos piores do que os praticados por Faraó do
antigo Egito.
Hoje, muitos que se dizem
cristãos, há décadas nem sabem mais o significado que tem a essência de Jesus
Cristo, se ficam por conta, são capazes de destruírem a vida que Deus tanto
quer preservar e salvar, estão cometendo os mesmos erros dos “ditos cristãos”
da inquisição espanhola, ocorre que agora, com um pouco mais de globalização, modernização,
requinte e diversas ferramentas tecnológicas, tudo para exercerem suas cruzadas
com propósitos sectário-religiosos, sem jamais parar para entender se essas
ações e reações são da vontade daquele que criou o cristianismo, ou seja, o
próprio Jesus Cristo.
Ser participante da celebração da
Nova Páscoa, do Novo, do Único, do Suficiente Cordeiro escolhido por Deus, é
ser alguém que, mesmo perseguido, maltratado, injuriado, odiado, desconhecido,
desrespeitado, desconsiderado, traído, martirizado, chacoteado, dado como um
nada neste mundo, ainda assim ama, ajuda seu ofensor, paga o mal com o bem, se
protege como pode, mas não revida com a mesma moeda, porque sabe que sua vida
está nas mãos de Deus e que há uma luta entre o bem e o mal, e que o mal sempre
será vencido pelo bem que praticamos sem hipocrisia, sem mediocridade e sem
falsidade.
Não gosto da perspectiva de
alguns “cristãos” que se dizem cristãos por serem institucionalizados, pois se
se afastam da tal instituição, pensam correr o risco de não serem mais
cristãos. Então, que tipo de cristão é esse que necessita de uma instituição
religiosa para dizerem que são? Ser cristão não é uma questão de ser institucionalizado,
de ter uma carteirinha ou uma anotação num livro da Terra, mas ser cristão é
fazer a vontade vivida e ensinada pelo Cristo, tendo amor, carinho,
respeito, consideração por Deus e por todas as pessoas no mundo todo sem
qualquer acepção de pessoas, contudo, portadores de imensa compaixão de uns para com os outros, a começar por aqueles que dizem conhecerem tão bem as doutrinas eclesiológicas.
Eu sei que me empolguei e escrevi
muito, mas ainda é pouco para o que gostaria de dizer na condição de cristão discípulo
de Jesus Cristo, tendo a consciência de que, nem eu e nem as outras pessoas
somos perfeitos, porquanto, perfeito somente Ele (O Cristo) era, é e sempre será, e
por causa da perfeição dele é que precisamos dele para nos aperfeiçoar aqui na
esfera terrena e também na eterna.
Até o momento, falei sobre as
duas Páscoas, a terceira Páscoa é aquela em que todos se dão ao comércio, à
compra e venda dos produtos e serviços que envolvem esse momento de aquecimento
da economia. É um momento também em que as crianças ficam felizes por saberem
que comerão mais chocolate, é momento em que as mulheres se prendem mais na
cozinha para produzirem guloseimas para a família toda, tudo em torno do
chocolate, e acredito que sendo judeu ou não, sendo cristão ou não, não há
necessidade de alguém se isentar de participar de momentos assim com a família
e com os amigos.
E a quarta Páscoa é aquela em que
ninguém vê data especial para esse momento, são as pessoas que não são a favor
e nem são contra o entendimento de Páscoa em nível de comércio e ou de cunho
espiritual judaico-cristão.
Por fim, com meu pensamento em Deus, desejo a todos uma Feliz Páscoa! Acreditando no bom convívio que precisamos ter uns com os outros por
meio do amor que excede nosso entendimento e as divisões mentais que surgem por causa da danosa institucionalização indevida da fé.