Por certo, me enganei. Pois, por
décadas presenciei a maldade nos corações dos homens. Vez que por mais que eu
fosse otimista e fervoroso em meio às situações sucessivas, ainda assim,
constantemente me decepcionava. Eu não me decepcionava com os animais e nem com
a natureza, mas com os homens. E Estes por mais incrível que possa parecer,
denominados também, de seres humanos.
Durante as décadas passadas vi homens
roubando, matando, extorquindo, destruindo vidas como se estivessem fazendo
algo normal e corriqueiro, tudo por causa do dinheiro, do poder e da fama.
Porém, notei tanto quanto que
existiram e existem pessoas que procuram ajudar as outras incondicionalmente e
deliberadamente. Elas são exatamente aquelas pessoas que mesmo tendo pouco o
pouco se multiplica. Isto, digo, não somente com relação às questões
financeiras e materiais. Todavia, falo das riquezas essenciais. Aquelas que
sustentam de fato a nossa alma fixando nossa existência numa estrutura bem
formada, segura, corajosa, profunda, enraizada numa terra que se chama
felicidade.
É certo que independentemente de
qualquer situação, as pessoas podem fazer a escolha e serem o que são do jeito
delas. Sim, ninguém vai impedir. Ninguém deve impedir. Já não diz aquele
jargão? – “Deus deu uma vida para que cada um cuide da sua.” Então, por isso,
obviamente respeitando as leis do país em que vivemos, podemos ser o que bem
quisermos.
Eu escolhi amar mais, me dar
mais, me envolver mais, me expor mais, me arriscar mais, me preocupar mais com
as pessoas, com os animais e com a natureza, independente de serem; minha
família, meus familiares, meus parentes, meus vizinhos, meus amigos, meus colegas,
meus conhecidos, meus compatriotas..., para mim pouco interessa se elas moram
perto da minha casa ou em qualquer outra parte da Terra. Eu simplesmente me
preocupo e luto por elas por meio das minhas condições pequenas e grandes em
relação ao caso concreto.
Destarte, sei que a culpa foi
minha de entender e crescer dentro desta visão tão desesperadora em dados
momentos, e em outros, reconfortante, visto que dentro de mim constantemente
bate uma certeza absoluta de que tudo dará certo. A comida chegará aos
famintos, a educação será deliberadamente concedida e ministrada por meio de
aulas magnas aos acadêmicos que têm sede do conhecimento, o remédio chegará aos
doentes para curar suas enfermidades, um lugar digno para morar será dado a
quem não tem teto, os recursos dos tributos não encherão mais os bolsos dos
corruptos e corruptores, a maldade não terá as forças que sempre teve para
frear o bem que proporciona a mais doce felicidade a qual; dinheiro, poder e
fama não podem comprar.
E, dentro desta minha abstração,
acalento minha alma, entendo que a culpa foi minha de querer andar na contramão
da “razão”. Esta, sobretudo utilizada pelos que gostam de generalizar tudo e
todos com o fim de tirarem todo o proveito do mundo e também de todas as
circunstâncias desta vida, pelo menos enquanto vivem. Sim, a culpa foi minha. Sinto-me
culpado, entretanto, um culpado feliz e apaixonado pela natureza, pelos seres
humanos e pelos animais. Sim, A culpa foi minha. Eu confesso e não nego.