Por Gil Nunes
Por várias vezes, tentei buscar
comparação em relação à mulher e ao resto de tudo que existe debaixo do Sol,
contudo, nada encontrei que pudesse superar a essência fascinante e grandiosa do
ser a quem chamamos carinhosamente; mulher.
Assim como sabemos que a mulher
não vive sem o homem, vez que ambos nasceram um para o outro, tão pouco poderia
viver o homem sem a presença relevante da mulher.
Ocorre que nessa convivência
entre homem e mulher, o homem fará companhia à mulher, todavia, uma companhia
dependente e carente da presença da mulher.
Pois, ainda que a vida seja iniciada por meio do homem, é na mulher que ela nasce, brota e cresce.
Além disso, toda provisão de
manutenção da vida, gira em torno do comando da mulher.
Às vezes brinco dizendo que quem
manda é a mulher e não o homem, entretanto, trata-se de uma brincadeira
verdadeira, realista por demais, sim, quem manda o tempo todo em tudo e em
todos é a mulher, posto que isso seja ruim para ela mesma, falo por causa do
homem que se aproveita do comando da mulher para deixar que ela faça tudo
sozinha sem a participação efetiva dele, tornando-a mantenedora também de tudo
e de todos em todos os sentidos e aspectos.
Na minha infância, gostava de observar minha mãe sentada em frente à penteadeira se arrumando, penteava os cabelos,
passava creme no rosto, norteava as sobrancelhas, perfumava-se, e eu ali encostado
ao batente da porta do seu quarto, mirando-a com meus olhos, para mim, aquele
momento era um momento de paz, momento de vida, de tranquilidade, de adorno, de
vislumbre. – Sabe por quê? – Porque era um momento todo especial dela, era um
momento em que ela cuidava do seu corpo, da sua aparência, enquanto cuidava de
si, geralmente cantava uma canção, e logo após, outra canção, e outra, e outra... Isso
ocorria por meio de um tempo sem pressa, sem correria, durava o tempo que era
para durar, pois aquele era o seu momento, único e necessário. E, com ela,
aprendi a comprar creme, batom, perfume... Dentro das minhas possibilidades,
para lhe presentear.
Lembro-me como se fosse hoje, seu
primeiro presente que comprei com o dinheirinho que ganhei, foi um creme Nivea.
– Fui à Farmácia e comecei a procurar algo que pudesse comprar, que estivesse
dentro do meu poder de compra, procurava por algo como se estivesse olhando para
uma vitrine de doces, sim, eram doces, doces que, certamente, adocicariam a
vida da mulher mais amada do mundo.
Ali, Ainda, correndo meus olhos
sobre a vitrine da Farmácia, acabei encontrando uns potinhos azuis, uns em cima
dos outros e assim, foi só deslizar meus olhos sobre eles, para ter a mais
absoluta certeza de que era aquele tipo de presente que deveria comprar e
entregar àquela maravilhosa mulher, dona do meu coração, da minha alma, dona de
mim, dona da minha vida.
Sabe aquela sensação de que é
aquilo que se deve fazer? – fiz, comprei e pedi para a moça da Farmácia
embrulhar para presente, por tratar-se de um presente muito especial. - Ela riu
e disse: - Pela idade que tem, você é um menino muito comunicativo, sabia? –
Sinceramente, não entendi bem o que a moça quis dizer-me, mas concordei com um simples
gesto facial.
Dali sai correndo, indo direto
para casa, ao chegar, a porta encostada, abri e corri para o quarto, lá estava ela,
a mulher mais linda de todos os tempos, penteava os cabelos e se admirava em
frente ao espelho, vendo-a, sem qualquer hesitação, logo lhe entreguei o tão
caro presente, isso por ter sido comprado com pouco dinheiro, porém, com grande
expectativa motivada por uma emoção inexplicável.
Surpreendida, seus olhos
encheram-se de lágrimas, seus lábios abriram-se num sorriso encantador,
dizendo: - Pra mim? – Balancei a cabeça afirmando que sim. – Daquele momento,
jamais me esqueci, foi o dia que levei todos os beijos e abraços do mundo
inteiro.
Agora, posso perceber que, além
de mãe, a mãe mais bonita do mundo, por sinal, ela, mulher, é também, irmã,
irmã que todo irmão gostaria de ter, por ser, carinhosa, amiga, hospitaleira,
preocupada com o desenvolvimento daqueles que saíram do mesmo ventre, ventre de
outra mulher, igualmente maravilhosa, sua mãe.
Depois, essa mesma mulher se
tornou namorada, namorada do namorado escolhido por ela, pelas meninas dos seus
olhos, pelos seus sentimentos, pelo seu coração.
Depois ainda, se tornou mulher do
marido, que antes, fora seu namorado, sendo a mais amada de todas as mulheres,
a mulher namorada para sempre, e sempre.
E depois, se tornou mãe,
carinhosa, mãe sem igual, imagem de todas as mulheres do Planeta, coração
sentimental, que age mais com a emoção e menos com a razão.
E essa mulher, mulher dos sonhos
do irmão, do namorado, do marido, do filho, além disso, se tornou avó, que
passou a despertar os sonhos do tudo que é bom nessa vida na vida do neto, portanto,
a avó mais doce de todos os doces existenciais na vida do seu baixinho, quer
seja, seu neto, homem.
Seguramente, se eu pudesse dar
todos os bens materiais e imateriais do universo a essa mulher, eu daria minha
própria vida, e a isso, chamo amor, amor que não se mede, que não leva em
consideração suas falhas, que não se explica, que não entende, mas busca uma
compreensão do ponto de vista dela e não do meu, que em prejuízo de mim mesmo,
oferto-lhe minha própria existência como prova de que o que é ruim, jamais poderá
prevalecer nessa relação coexistente entre nós.
Mulher, seu dia será todo dia em
mim, serei carente, dependente e não há outro jeito, nasci homem, mas sem você,
o que seria eu?
Mulher, nos seus olhos e lábios sorridentes,
na força desse mistério que habita em você, no pulsar desse vigor incomparável
que só você possui, fecho os meus olhos e me transporto para um mundo que fala
por meio de uma linda canção de amor que sugere o exalar de um perfume doce que
desperta a vida em mim.
Mulher, seu dia é hoje, 08 de
Março de 2014, que fora de todos os outros anos e que será de todos os outros
anos, porque esse dia, o seu dia, está dentro de mim.
Feliz dia da mulher, mulher. – E junto
com o seu dia, todo o meu amor. – Para sempre!