Por Gil Nunes
No Brasil, em outros tempos,
infelizmente, amargamos a perda dos direitos civis, da livre expressão, do
direito constitucional, isso aconteceu por causa da irresponsabilidade do
Estado, da inércia dos que se diziam políticos à época, bem como, por causa do
conluio da sociedade que se quedou a aceitar todo aquele desfecho horroroso e
sangrento na história do nosso país.
Naquela época eu era uma criança,
mas já me revoltava com a falta de responsabilidade quanto à preservação da vida.
Hoje não é diferente, continuo o
mesmo em relação à defesa da dignidade da pessoa humana, sei também que existem
muitas pessoas que discordam do meu jeito de pensar sobre os diversos assuntos
que discorro aqui, mas ninguém pode agradar a todo mundo.
À parte minhas qualificações,
pois nunca fui de exacerbar meus títulos, pelo menos aqueles que consegui ao
longo da minha vida.
Se há uma coisa que detesto é
alguém me graduar ou me pós-graduar além da graduação e ou pós-graduação
que eu possua ou não.
Eu sei perfeitamente que existem
pessoas que são fissuradas por títulos.
Bom, mas isso não é problema meu
e nem necessidade minha.
Um homem ou uma mulher não deve
ser reconhecido (a) pelos títulos que possui, mas pela sua qualificação e
competência naquilo que faz.
As décadas de 30, 40, 50, 60, 70
e meio da década de 80, foram marcadas pela mediocridade e hipocrisia daqueles que se diziam comandar
o Brasil, seja por meio político, religioso ou por meio da mera “sociedade”.
Naquela época, ninguém podia
falar nada. – Tudo era censurado.
Mas, e hoje?
Hoje a situação é uma verdadeira
lástima, parece que os jornalistas estão trabalhando para um sistema de
depressão, para uma força negativa, para um sistema de polícia, quero dizer, um
sistema voltado para o Estado e não para o verdadeiro jornalismo imparcial à própria vida.
Ao que posso perceber, parece que
o jornalismo brasileiro passou a trabalhar para um governo tido como de “direita”
seja ele estadual e ou municipal, sim porque atualmente quem lidera o governo
federal é tido como gente de esquerda, isso por mais que desempenhe um trabalho
de direita, vez que o que importa é o título, sim, o título que aquele ou
aquela leva no peito como símbolo do seu governo.
Será que os jornalistas ainda não
pararam para ver que o que importa não é atender aos ditames dos seus patrões
que anseiam por altos lucros?
Será que os jornalistas são tão neófitos
a ponto de se deixarem levar por um mundo de não senhor, sim senhor, o que é que
o senhor quer que eu faça e farei?
Seria a casa e ou apartamento
no Panamby o motivo de toda essa devoção ao dono e ou chefe?
Jornalismo não é isso. – Digo com
toda convicção. – Jornalismo não é isso. – Isso é uma aberração de gente que é
doida por dinheiro e por uma vida boa no tocante às boas férias, aos carros magníficos,
proeminências e tantas outras formas de satisfações hedonistas existenciais na
vida do ser humano.
Pelo amor de Deus senhores
jornalistas, vocês precisam respeitar a própria consciência e se essa consciência
que antes pertencia a vocês, antes de terminarem a faculdade de jornalismo, de
um jeito ou de outro, deve ela ser acordada.
Meu Deus, o jornalismo no Brasil
virou cartel, está todo mundo falando a mesma coisa, o assunto não muda.
Diabos, com tantos outros
assuntos a serem tratados, por que os senhores não mudam de assunto nunca?
A meu ver, alguma coisa está
errada em tudo isso.
Sim, pois o jornalismo de vocês é
contra o povo, contra a população, parece que o jornalismo de vocês faz parte de
uma repartição do Estado, mas de um Estado que não existe, um Estado
Autocrático, onde o estado democrático de direito na mente de vocês,
simplesmente não existe.
Eu sei que cada Empresa tende
para esse ou àquele governo. – Mas o abuso na má formulação do jornalismo, está miseravelmente deficiente.
Por vezes, quando vejo um (a) repórter
com um microfone na mão, meu Deus, isso me dá pavor, pois a incompetência
certamente há de ser destacada por aquele e ou aquela incompetente jornalista que,
sectariamente tende a satisfazer os desejos do seu patrão, aquele que há de
bancar seu alto salário e suas esperadas férias depois de mais um ano de
trabalho “árduo”.
Quem sou eu? – Bem, eu sou apenas
um do povo que observa essas mazelas no mundo do jornalismo.
É tão comum a gente observar, aquele
ou aquela, âncora, ali, sentado (a) na sua mesa de jornalismo como se fosse um
(a) deus (a) falando aos pequenos mortais, sim, mas ele (a) fala e se impõe daquele
jeito por causa do seu patrão, pois sem aquele emprego, ele (a) seria apenas pequeno (a) mortal, tanto quanto aqueles para quem ele (a) se direciona no seu “telejornalismo”.
Você já pensou na situação em que
seu patrão diz: - Mata! (?)
E, com palavras, com as
informações erradas e ou truncadas, muitas vidas se perdem pelo caminho, isso
por causa da mentira, da má informação, do faz de conta, ou do gosto do patrão
que manda esse ou aquele jornalista falar, essa ou aquela jornalista falar.
Sabe o que mais me dói? – O apego
deles e delas ao dinheiro, à boa vida, sem a mínima importância de se
preocuparem com a repercussão da notícia e ou mentira contada, escrita ou no ar
televisivo.
Não. Não sou um terrorista, posso
ser um terrorista da escrita, de dizer não a esse sistema falido de jornalismo que faz conforme quem paga mais.
Quero dizer que o dinheiro não é
tudo.
Que os jornalistas e as
jornalistas precisam abrir os olhos da consciência.
Que consciência? – Aquela consciência
que existe em algum lugar na vida do ser humano.
Meus queridos, minhas queridas,
vocês têm a força nas mãos, vocês são a voz do tudo de bom, não deixem que seus
sonhos pela boa vida lhes tirem o foco daquela boa consciência que lhes levaram
a uma faculdade de jornalismo.
Caso queiram saber, o jornalismo
não precisa sempre estar de acordo com o governo municipal, estadual e federal,
nem mesmo com esse ou aquele empresário, sabe por quê? – Porque a verdade é luz.
– Agora, você na qualidade de jornalista, está do lado da verdade ou daquele (a) que paga mais?
Por tudo isso e aquilo outro,
jornalistas, peço-lhes, revejam seus conceitos éticos / profissionais.
É só isso que lhes peço. – Nada mais.
Ah, não existem conceitos éticos
/ profissionais?
Então, esqueçam tudo que falei,
pois falei ao deserto.